sexta-feira, 4 de maio de 2012

VOCÊ É UM ZUMBI?


Você é um Zumbi?


Esta semana tirei um dia de folga, resolvi não trabalhar e ficar em casa sem fazer nada (não me lembrem que era feriado, dia do trabalhador), pois eu mereço. Em um determinado momento me prostro na cama para ver alguma coisa na televisão. Paro a zapeada em um determinado filme. Minha mulher não entende como tenho a capacidade de ver o mesmo filme várias vezes – às vezes nem eu, mas, enfim, estou novamente vendo o mesmo filme, neste caso especifico, um filme de zumbis.
Com certeza você já viu algum ou até mesmo vários. E sempre é o mesmo enredo: alguma coisa acontece que uma parte da população vira um ser morto-vivo, perambulando para lá e para cá, surgindo do nada, em grupos e com o único propósito de morder e se alimentar dos ainda vivos normais. (Quem souber me ajuda: zumbi é considerado ser vivo? Eu vou considerar morto-vivo). Os vivos tem (têm) que escapar, pois eles, quando não são comidos, se transformam em zumbis também. Esses vivos normais, os protagonistas, vão em busca da solução salvadora para a grande maioria dos zumbis, tentando sobreviver a todo custo. Alguns são perdidos no caminho, mas o filme segue com aquele pequeno grupo sempre em busca da salvação própria e do resto da população contaminada.
E aí vou para o que estou percebendo, no nosso atual momento, sobre as nossas organizações: como salvar aqueles grupos de zumbis que circulam pelos corredores querendo devorar os “normais’ a todo custo? Como as empresas estão buscando os motivadores e as recompensas individuais para evitar e curar os zumbis corporativos?
Trazendo para a nossa realidade regional, quase nenhuma ou esporadicamente uma ou outra empresa, em anos alternados, consegue se destacar em revistas ou em premiações especificas como uma organização onde as pessoas se orgulham de estar fazendo parte, não querem deixar de fazer parte e lutam a todo custo para não deixar que ela vire um ambiente de zumbis.
Os políticos, empresários e principais gestores, homens chaves nas organizações públicas e privadas, na sua grande maioria, não estão atentos para este cenário. Aliás, dizem que estão, mas nada fazem para mudar de forma drástica a dinâmica interna e consequentemente o reflexo que um funcionário motivado e estimulado pode anular e eliminar do ambiente qualquer zumbi corporativo.
Entenda-se por zumbi corporativo aquele funcionário desmotivado, que só anda e/ou opina em grupo e que não está preocupado com a salvação e sobrevivência da grande maioria, quer é morder alguém para seu grupo aumentar. E aí começamos a ver e perceber os declínios de grandes e médias empresas onde a individualidade não é respeitada nem entendida. Já conversei com gerentes que não conheciam a realidade individual dos membros da sua equipe, com seus dramas pessoais. E não atrelem esta responsabilidade para a área de Recursos Humanos. Todos os gestores são profissionais, ou deveriam ser preparados e ter o perfil de ser de Recursos Humanos. Afinal, não adianta estratégias e processos se não houver pessoas preparadas e motivadas para tocá-los e transformar em ação e resultado tudo aquilo que se espera.
E o profissional de Recursos Humanos tem que se posicionar de maneira firme e precisa para intervir nestes momentos. Não serão “pesquisinhas” de clima, festinha de final de ano, bingo ou folga compensada que irão estimular e gerar performance nas pessoas e nas organizações. Ele é parte do grupo de salvação, mas não o herói solitário.
Bom final de semana e hoje no happy hour olhe bem a sua volta e veja como neste momento temos poucos zumbis.

Obs: artigo divulgado simultâneamente no site Gente & Mercado e no Jornal Tribuna da Bahia.