sexta-feira, 10 de agosto de 2012

OLIMPIADAS !


OLIMPIADAS

Graças a uma questão financeira e consequentemente contratual algumas pessoas se deram conta, há duas semanas, que as Olimpíadas de 2012 estão acontecendo. Até mesmo porque a “grande emissora” do nosso país resolveu fazer um boicote na véspera e na primeira semana, não falando quase nada; enfim, coisas de mercado e do marketing que somente os deuses da audiência podem decifrar e nós meros mortais seguirmos nossa vidinha. Mas, vamos para as nossas considerações. E antes que alguém pergunte ou questione, sou atleta amador há muitos anos!

Adoro ver a abertura dos jogos e o desfile das delegações, pois todo ano consigo descobrir um país novo que nunca tinha ouvido falar, nem o Google Maps me salvou com antecedência. E como não poderia deixar de fazer as minhas comparações e analogias com o nosso mundo corporativo, vamos a nossa resenha.

Chama-me muito a atenção a imensa frustração que a população (acionistas) de uma forma geral fica com os nossos atletas (executivos) no que se refere as suas colocações e resultados finais das mais variadas modalidades esportivas (organizações), mesmo que para a grande maioria algumas completamente desconhecidas ou somente idolatradas neste evento - menos mal, pelo menos são vistas em algum momento. E olhe que as grandes patrocinadoras dos nossos atletas (executivos) de ponta são as estatais; outras grandes, pongam na bolsa atleta, nada é de graça, elas tem isenção de impostos, se ligue!

Como teremos resultados significativos sem termos um planejamento estratégico estruturado e uma preparação técnica e cognitiva de alto nível dos atletas (executivos)? O esporte é uma consequência direta da importância que damos para a educação. Como ter uma empresa competitiva se a minha equipe tem desníveis técnicos e cognitivos? Se falta base na sua preparação, desde o nascimento com o seu plano de negócio ou planejamento estratégico?

Como conseguir resultados significativos sem haver um processo sucessório nos atletas (executivos) dos mais antigos aos mais novos? Queremos que o mesmo atleta tenha alta performance constantemente. Os atletas (executivos) têm seus ciclos de performance que devem ser analisados e respeitados.

Como ter sucesso sem termos uma grande massa competitiva e competições de alto nível? A natação americana, por exemplo, tem somente uma prova seletiva classificatória, se não estou enganado, no máximo duas, aqui temos no mínimo umas dez. Ou seja, pode falhar em nove vezes que tem uma última chance; lá não, é somente uma vez - esteja pronto e seja o melhor. Para sermos realmente de ponta, temos que estar em mercados de ponta.

Como termos um espírito olímpico competitivo se temos uma série de vantagens e previlégios para poucos em detrimentos de muitos? É só lerem como foi dividida a delegação brasileira nos vôos para Londres. Quem foi de primeira classe e quem foi de executiva? Isso é um espírito de equipe?

Me cansa e confesso que me sinto pequeno quando ouço um atleta brasileiro dizendo que se sente muito feliz e orgulhoso em participar da competição. Participar? Que nada eu quero é “sangue no olho”, quero é ganhar!  Diga-me aí se como empresário você se orgulha de ouvir  algum vendedor seu se dizendo orgulhoso de ter participado de uma cotação e perdido? Que se sentiu orgulhoso de perder para a empresa líder ou outra qualquer?  Eu quero é ganhar! Tenho a obrigação de pelo menos preparar a minha equipe para ser competitiva. Analisem a trajetória do nosso voley, por exemplo.

Como ter preparo e inteligência emocional para que a derrota sirva de aprendizado e não um motivo para chorar e se lamentar? Se você faz o seu máximo, se esforçou e acima de tudo foi competitivo tire as suas lições e volte melhor e maior. Mas, o que vemos são atletas (executivos) intimidados e não suportando a pressão de ter essa responsabilidade. Se não aguenta a pressão não pode ser líder!

Bom final de semana e hoje no happy hour, ao tomar o seu energético pense bem e analise como se processa o planejamento e preparação dos atletas de alta performance para uma competição. Em um ambiente altamente competitivo, não existe sorte e sim preparação. E que venha o Rio 2016! 

Obs: meus artigos tem vinculação simultânea no site Gente & Mercado (www.genteemercado.com.br) e no Jornal Tribuna da Bahia (www.tribunadabahia.com.br)